domingo, 22 de maio de 2011

Não esquecer!!

Onde se encontram os episódios que estudámos, ao nível da estrutura externa e interna?

Episódio de Inês de Castro
- Estrutura Interna - narração, Plano da História de Portugal (encaixado no Plano da Viagem)
- Estrutura Externa - canto III de Os Lusíadas

Episódio da Batalha de Aljubarrota
- Estrutura Interna - narração, Plano da História de Portugal (encaixado no Plano da Viagem)
- Estrutura Externa - canto IV de Os Lusíadas

Episódio das Despedidas em Belém
- Estrutura Interna - narração, início do Plano da Viagem.
- Estrutura Externa - canto IV (final) de Os Lusíadas.

Episódio do Adamastor
- Estrutura Interna - narração, Plano da Viagem + Plano Mitológico ou do Maravilhoso
- Estrutura Externa - canto V de Os Lusíadas.

Nota!
Em todos estes episódios, o narrador é Vasco da Gama. Mas nos episódios das despedidas e do Adamastor, ele é narrador na primeira pessoa (autodiegético), porque viveu os acontecimentos que relata.

Episódio do Adamastor - apontamentos

Qual o valor simbólico e a importância deste episódio?
1) A Adamastor representa os perigos que os Portugueses enfrentaram para alcançar o objectivo de chegar, por via marítima, à Índia. Ou seja, o facto de os Portugueses enfrentarem o gigante representa a vitória do Homem sobre os elementos da Natureza.
2) Geograficamente, ele é o Cabo da Boa Esperança.

  Que razões levaram Camões a criar o Adamastor?
Camões criou a figura do gigante para resumir, numa figura, todos os perigos que os Portugueses tiveram de enfrentar e transpor nas suas viagens.

  Onde se encontra o episódio, ao nível da estrutura interna e externa?
Estrutura externa - canto V
Estrutura interna - narração - plano da viagem; narrador autodiegético (Vasco da Gama)

Síntese do episódio do Adamastor

  Estrofe 37
. Os portugueses estão há 5 dias no mar;
. O clima estava a seu favor;
. Aparece de uma nuvem escura.
   Estrofe 38
. Descrição da nuvem;
. Refere-se o terror dos marinheiros;
. Nos últimos quatro versos, temos a interrogação de Vasco da Gama sobre o imprevisto.

Estrofe 39
. Descrição do gigante
  Estrofe 40
. Continuação da descrição do gigante;
. É referido o medo dos Portugueses perante o gigante, que a todos aterroriza.

Estrofe 41
. Início do discurso do Adamastor (1.ª parte);
. Ao mesmo tempo que ameaça os Portugueses, elogia-os pela sua ousadia e coragem.

  Estrofe 42
. O gigante declara guerra ao povo lusitano pelo seu atrevimento;
. Diz que os Portugueses irão ver os segredos que nunca foram revelados.

Estrofes 43, 44, 45, 46, 47, 48
. Profecias do Adamastor - nomeia o destino de Pedro Álvares Cabral, Bartolomeu Dias, D. Francisco de Almeida e Manuel de Sousa.

Estrofe 49
Vasco da Gama pergunta: “Quem és tu?”; esta interrogação significa a coragem dos Portugueses perante o desconhecido. No poema "Mostrengo", Fernando Pessoa dá especial atenção a esta atitude.
  Estrofe 50
. 2.º parte do discurso do gigante.
  O Adamastor responde à pergunta de Vasco da Gama dizendo que é um «Grande cabo…/ tormentoso), cabo este que nunca ninguém conseguiu ultrapassar.

Estrofe 51
. Diz que se chama Adamastor;
. Diz que era um dos Gigantes e que lutou contra Júpiter.
 
  Estrofe 52
Apaixonou-se por Tétis, num amor à primeira vista: («um dia a vi…/e logo presa a vontade senti»).
   Estrofe 53
. Adamastor lutou por Tétis, indo falar com Dóris – Mãe de Tétis.
. Tétis, ironicamente, diz que é impossível amá-lo, porque o amor de uma ninfa não sustentará o amor de um gigante.
   Estrofe 54
. Tétis engana o gigante.
. Adamastor enche-se de esperança: («Eu, que cair não pude neste engano/(que é grande dos amantes a cegueira)»)

Estrofe 55
. Tétis apareceu-lhe uma noite, como prometido, deixando-o louco de desejo.

Estrofe 56
. Mas tudo foi uma alucinação; o gigante apercebeu-se que estava abraçado a um rochedo, e não a Tétis.
  Estrofe 57
. Adamastor percebeu que estava, realmente, abraçado a uma pedra;
. Abandonou aquele local para que nunca mais voltasse a ver quem se riu dele, Tétis.

Estrofe 58
. O gigante chorou  pela traição;
. Os Titãs foram vencidos e castigados pelos Deuses, contra quem não é possível lutar;
   Estrofe 59
. Os Deuses fizeram do Adamastor um Cabo (metamorfose), para que este sofresse em dobro, pois Tétis costumava banhar-se nas águas próximas.

   Estrofe 60
. Adamastor terminou o seu discurso, chorando e desfazendo-se numa nuvem negra.
. No final, Vasco da Gama pede a Deus para que as profecias do gigante não se realizassem.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Guião para a Realização de um Trabalho de Grupo

CONTEÚDOS:

- Texto narrativo

- Categorias da narrativa

- Recursos estilísticos



OBJECTIVOS:

-          Ler e interpretar um texto narrativo;

-          Proporcionar o desempenho em trabalho de grupo.



ACTIVIDADES:

  Selecção do texto e realização das tarefas propostas:

-          Ler o texto seleccionado (excerto ou texto integral);

-          Identificar as diferentes categorias da narrativa;

-          Fazer a análise do texto tendo por base as categorias da narrativa;

-          Dividir o texto em sequências narrativas;

-          Redigir uma pequena biografia do autor do texto (vida, obra e época);

-          Preencher a Ficha de Leitura sobre o texto trabalhado;


Realização do trabalho, organizando a informação recolhida, sem recorrer a cópia, e expondo os conteúdos de uma forma cuidada.


RECURSOS:

Manuais  de Língua Portuguesa de 9º ano, Biblioteca da Escola e Internet.

Textos propostos para o trabalho:
  â O Velho e o Mar de Ernest Hemingway
â O Principezinho de Antoine de Saint-Exupery
â O Conto da Ilha Desconhecida de José Saramago

â Conto “O Tesouro” de Eça de Queirós

sábado, 14 de maio de 2011

"Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena"

(para pensar e relacionar com o episódio das despedidas em Belém)

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.


Fernando Pessoa, Mensagem
(prof.ª Ana Sofia)

O Adamastor






Não acabava, quando ua figura

se nos mostra no ar, robusta e válida,

de disforme e grandíssima estatura;

o rosto carregado, a barba esquálida,

os olhos encovados, e a postura

medonha e má e a cor terrena e pálida;

cheios de terra e crespos os cabelos,

a boca negra, os dentes amarelos.

Os Lusíadas, canto V

(Profª Ana Sofia)

domingo, 8 de maio de 2011

"Despedidas em Belém" - síntese


A Torre de Belém, em Lisboa, mandada edificar por D. Manuel I e construída
 entre 1515-1521, era ponto de partida para os navegadores dos Descobrimentos

- Neste episódio, é descrita a partida dos marinheiros da praia do Restelo e a despedida dos seus familiares e amigos. O plano da história dá lugar ao plano da viagem.
O narrador é Vasco da Gama; o narratário (destinatário das suas palavras) é o Rei de Melinde.
- Reinava D. Manuel ("Foram de Emanuel remunerados").
- Alude-se à dificuldade da viagem (os marinheiros são comparados aos Mínias ou Argonautas, tripulantes da nau Argos que partiram em busca do "Véu dourado").
- Estâncias 87-93: são estrofes dominadas pela dor dos que partem e dos que ficam. Os que ficam (mulheres, esposas, irmãs) temem não voltar a ver os homens que vão partir: "A desesperação e frio medo / De já não nos tornar a ver tão cedo" (est. 89).
- Os navegantes acabam por embarcar de forma apressada (est. 93), para evitar que a dor aumente e que haja desistências. 

(prof.ª Ana Sofia)

Praia de Lágrimas



Ó mar salgado
eu sou só mais uma
das que aqui choram
e te salgam a espuma.

Ó mar das trevas
que somes galés
meu pranto intenso
engrossa as marés.

Ó mar da Índia
 lá nos teus confins
de chorar tanto
tenho dores nos rins.

Choro nesta areia
salina será
choro toda a noite
e seco de manha.

Ai ó mar Roxo
ó mar abafadiço
poupa o meu homem
não lhe dês sumiço.

Que sal é o teu
nesses céus vermelhos
que eles partem novos
 e retornam velhos.

Ó mar da calma
ninho do tufão
que é do meu amor
seis anos já lá vão.

Não sei o que os chama
aos teus nevoerios
será fortuna
ou bichos-carpiteiros.

Ó mar da China
Samatra e Ceilão
não sei que faça
sou viuva ou não.
Não sei se case
notícias não há
será que é morto
ou se amigou por lá.

Carlos Tê, "Auto da Pimenta"
(prof.ª Ana Sofia)

Episódio da Batalha de Aljubarrota - momentos

EM QUE momentos PODEMOS DIVIDIR O EPISÓDIO DA BATALHA DE ALJUBARROTA?
1)    Introdução – Antes de a Batalha ter início
sESTÂNCIAS 28-29
2)    Desenvolvimento – Descrição da Batalha
sESTÂNCIAS 30-42
[ O narrador destaca duas figuras: o “FERO NUNO” (NUNO ÁLVARES PEREIRA) e “JOANNE” (D. JOÃO I). Nuno Álvares Pereira será comparado a um leão; D. João I é descrito como uma 'leoa parida' que quer proteger as suas crias.
[ As figuras de estilo presentes conferem uma visualização àquilo que é descrito, sobretudo no caso da aliteração (o som das palavras imita o som da batalha).
3)    Conclusão – Vitória dos Portugueses, fuga dos Castelhanos e reflexões sobre as terríveis consequências e as causas da guerra
sESTÂNCIAS 43-45
(prof.ª Ana Sofia)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Batalha de Aljubarrota - História de Portugal

D. Beatriz (1373-c.1409)

D. Beatriz era a primeira filha de D. Fernando e de D. Leonor Teles. Por nascimento, era, assim, a legítima herdeira do trono português.
Por várias vezes foi negociado o seu casamento, nomeadamente com o infante D. Fernando, filho segundo de D. João I, rei de Castela. No entanto, D. João I enviuvou e acabou por desposar ele próprio D. Beatriz, em 1383. Ainda nesse ano, D. Fernando faleceu e D. Leonor Teles assumiu a regência, proclamando D. Beatriz rainha de Portugal.
Esta situação não foi aceite pelo povo, que via a independência de Portugal a ser posta em causa. Em dezembro do mesmo ano, o mestre de Aviz foi proclamado Regedor e Defensor do Reino, após revolta em Lisboa. Ainda durante esse mês, o rei de Castela, acompanhado de D. Beatriz, invadiu Portugal, juntando-se a D. Leonor Teles em Santarém. Entretanto, D. Beatriz foi atingida pela peste, o que obrigou os invasores a regressar a Castela.
Em Portugal, o mestre de Aviz foi proclamado rei (com o título de D. João I), o que não agradou aos reis de Castela. Em 1385 travou-se a célebre Batalha de Aljubarrota, onde os castelhanos foram vencidos, resolvendo-se, deste modo, a crise.
Após a morte de seu marido em 1390, D. Beatriz tentou ainda fazer valer os seus direitos em Portugal mas não o conseguiu. Acabou por falecer em 1409 ou um pouco depois.

 In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.

D. João I
Monarca português, filho bastardo de D. Pedro I e de Teresa Lourenço, dama galega, nasceu em 1357, em Lisboa, onde faleceu em 1433. Décimo rei de Portugal (1385-1433), foi o fundador da dinastia de Avis ou Joanina, sendo conhecido pelo cognome "de Boa Memória".
Educado por um mestre da Ordem de Cristo, foi nomeado, com apenas seis anos, Mestre da Ordem de Avis por D. Pedro I e armado cavaleiro. Durante o reinado de D. Fernando, seu meio-irmão, começa a desempenhar papéis de certo relevo, como o da negociação do casamento de D. Beatriz com o rei de Castela. A rainha D. Leonor Teles vê no Mestre de Avis um obstáculo e um adversário na sua influência sobre D. Fernando, sendo D. João considerado o chefe dos que se opõem à ação de Leonor Teles e do Conde Andeiro. Após a morte de D. Fernando, em 1383, entra-se num período de agitação e de crise na sucessão da Coroa, dado não haver herdeiro varão e D. Beatriz estar casada com o rei de Castela. Estava ainda em causa a independência nacional.
Formam-se dois partidos, um a favor e outro contra D. Beatriz como rainha de Portugal, e D. João aceita a chefia do movimento popular que luta contra a hipótese de Portugal vir a ter um rei estrangeiro. Este movimento tem o apoio da burguesia. Assim, participa no assassínio do Conde Andeiro e é proclamado "regedor e defensor do Reino". Prevendo a invasão do país por Castela, que queria impor os direitos de D. Beatriz, começa a preparar a defesa, onde se vai destacar Nuno Álvares Pereira. Segue-se um período de lutas em que se salienta a Batalha de Atoleiros e o Cerco de Lisboa, por terra e mar, em 1384, durante vários meses. Em abril de 1385 reúnem-se as Cortes em Coimbra, onde, pela ação e grande poder oratório do Dr. João das Regras, D. João é eleito rei. A luta contra Castela e seus partidários vai continuar, e, em 14 de agosto de 1385, obtém-se uma grandiosa vitória na Batalha de Aljubarrota, a que se segue a vitória em Valverde. Pela vitória em Aljubarrota e em cumprimento de uma promessa, D. João I manda construir o Mosteiro da Batalha, um belo exemplar da arte gótica. A luta com Castela e seus partidários vai continuar, mas mais esporadicamente, até que em 1411 se estabelece em definitivo a paz. Entretanto, em 1387, D. João I casa com D. Filipa de Lencastre, na sequência do Tratado de Windsor, celebrado com a Inglaterra. Desta união nascerá a "Ínclita Geração" - D. Duarte, Infante D. Pedro, Infante D. Henrique, D. Isabel e Infante D. Fernando, o Infante Santo.
D. João I, que subiu ao trono com o grande apoio que teve das massas populares e da burguesia, quando as lutas com Castela estabilizaram, começou uma política centralizadora do poder, reduzindo a influência do clero e da nobreza, apropriando-se dos bens dos que eram apoiantes de Castela, espaçando a reunião das Cortes, e procurando reaver algumas das terras doadas.
É no reinado de D. João I que têm início as conquistas no Norte de África e que começa a gesta dos Descobrimentos, pela ação do Infante D. Henrique. Assim, em 1415 dá-se a expedição a Ceuta, que é conquistada em 21 de agosto. Após a sua conquista são armados cavaleiros, na mesquita daquela praça-forte, os príncipes D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique. Entretanto, na véspera da partida de Lisboa, falecera a rainha D. Filipa de Lencastre.
Após o regresso de Ceuta, o infante D. Henrique vai dar início à epopeia dos Descobrimentos. No reinado de D. João I são descobertas as ilhas de Porto Santo (1418), da Madeira (1419) e dos Açores (1427), além de se fazerem expedições às Canárias. Tem início, igualmente, a colonização dos Açores e da Madeira.
D. João I era um rei culto, dada a sua formação na Ordem de Avis, e, por isso, mandou redigir a Crónica Breve do Arquivo Nacional, mandou traduzir o Novo Testamento e vidas de santos, e escreveu o Livro da Montaria.
Em 1412 associou ao governo do reino o seu filho D. Duarte, que lhe sucederia. D. João I faleceu em 1433 e encontra-se sepultado no Mosteiro da Batalha.
 In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.

Batalha de Aljubarrota
Esta batalha travou-se no dia 14 de agosto de 1385, entre portugueses e castelhanos, e está inserida no conjunto de confrontos entre os dois exércitos, motivados pela luta da sucessão ao trono português. Em 1383 morrera o rei D. Fernando, que tinha uma única filha, D. Beatriz, mas esta estava casada com o rei D. João I de Castela, o que punha em causa a independência de Portugal. No acordo nupcial determinava-se que D. João I de Castela não poderia ser rei de Portugal, mas os portugueses receavam o pior, até porque, sob o pretexto de fazer valer os direitos de D. Beatriz, aquele logo invadiu Portugal. Ao mesmo tempo, em Portugal formam-se dois partidos: um a favor de D. Beatriz, outro contra.
Com a morte do conde Andeiro, o Mestre de Avis é nomeado "regedor e defensor do Reino" e trata de organizar a defesa, ajudado por Nuno Álvares Pereira, entretanto nomeado Condestável do reino. Dá-se o cerco a Lisboa, que, após vários meses, é levantado em setembro de 1384. D. João I de Castela reorganizou as suas tropas, até que, em junho de 1385, sitia Elvas e, aproveitando apoios de praças portuguesas, invade o nosso país pela Beira Alta, entrando por Almeida, segue por Pinhel, Trancoso, Celorico da Beira, Mortágua, Mealhada e acampa perto de Coimbra, nos inícios de agosto. Entretanto também o exército português se preparava. Nuno Álvares Pereira foi conquistando algumas praças até aí favoráveis a Castela e dirigiu-se para Abrantes, onde vai reorganizar as forças vindas de vários lados.
Em fins de julho está reunido o exército português em Abrantes, incluindo o Mestre de Avis. Discute-se a tática de guerra, havendo divergências, mas Nuno Álvares Pereira resolve avançar contra o inimigo e segue para Tomar, e daqui para Atouguia (Ourém) e Porto de Mós, junto da estrada de Leiria a Alcobaça, onde chegam a 12 de agosto. Por sua vez, os castelhanos, que seguiam pela mesma estrada, devem ter chegado perto de Leiria também por essa altura. No dia 13, o Condestável inspecionou o terreno onde iria intercetar o exército castelhano, que ficava a sul da ribeira da Calvaria, com dois ribeiros que protegiam os flancos. Era um planalto com acessos difíceis e que limitavam a frente de ataque do inimigo e facilitavam o contra-ataque dos portugueses pelos flancos.
Apesar de não haver dados concretos e de terem chegado até nós versões muito díspares sobre o seu número, sabemos que o efetivo dos dois exércitos era muito desigual, havendo muito mais castelhanos que portugueses. Do lado de Castela haveria cerca de 5000 lanças (cavalaria pesada), 2000 ginetes (cavalaria ligeira), 8000 besteiros e l5 000 peões; do lado português seriam cerca de 1700 lanças, 800 besteiros, 300 archeiros ingleses e 4000 peões.
No dia 14 de agosto, os castelhanos, apesar de em maior número, quando avistam o exército português, apercebem-se da posição vantajosa dos portugueses no terreno e tentam evitar o confronto, contornando-os e, seguindo por um caminho secundário, indo concentrar-se em Calvaria. O exército português inverte a posição e desloca-se paralelamente, acompanhando os castelhanos, vindo a ocupar uma posição 3 km a sul da anterior, ficando os dois exércitos a cerca de 350 m de distância. Para proteger a frente os portugueses cavaram rapidamente fossos e covas de lobo, que tentaram disfarçar. O exército português estava disposto numa espécie de quadrado, formando a vanguarda e as alas um só corpo. A vanguarda era comandada pelo Condestável e nela estavam cerca de 600 lanças; na retaguarda, comandada por D. João I, estavam cerca de 700 lanças, besteiros e 2000 peões. Os restantes efetivos estavam nas alas, sendo uma delas conhecida por Ala dos Namorados. A vanguarda castelhana teria 50 bombardas e 1500 lanças, em 4 filas, e ocupava toda a largura do planalto, nas alas teria outras tantas lanças, besteiros e peões, além de ginetes na ala direita e cavaleiros franceses na ala esquerda. Os castelhanos reconhecem a dificuldade de atacar a posição portuguesa, surgindo dúvidas quanto à decisão de atacar ou não.
Estavam neste impasse quando, já ao fim do dia, a vanguarda castelhana inicia o ataque. Dados os obstáculos que encontraram, foram-se concentrando ao meio, mas com uma profundidade de 60 a 70 metros, pelo que o embate se dá com a parte central da vanguarda portuguesa. Dado o seu número, os castelhanos conseguem romper a vanguarda portuguesa, mas logo foram atacados de flanco, pelas pontas da vanguarda, pelas alas e também pela retaguarda portuguesa. Assim, face à estratégia e posição portuguesas, a vanguarda castelhana sofreu todo o impacto da força do exército português, sendo desbaratada. Por isso, apesar do maior número total das forças espanholas no combate, a vanguarda castelhana suportou sozinha toda a ação do exército português, sendo esmagada. Os restantes fugiram, em pânico, sendo ainda perseguidos. Tudo isto aconteceu em cerca de uma hora. O rei de Castela fugiu, de noite, para Santarém e daí embarcou para Sevilha.
A Batalha de Aljubarrota foi um momento alto e importante na luta com Castela, pois desmoralizou o inimigo e aqueles que o apoiavam, e praticamente assegurou a continuidade da independência nacional.
 In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.

domingo, 1 de maio de 2011

Funções sintácticas - resumo

Predicado Verbal - É constituído por um verbo que pode ter complemento (directo, indirecto ou ambos) ou não (verbo intransitivo).
Exemplos:

  • A Maria leu o livro.
  • O aluno estuda.
  • O João telefonou à namorada.

Predicado Nominal- É constituído por um verbo copulativo.
Exemplos:

  • O chocolate é saboroso.
  • O Miguel continua doente.
  • A tua mãe está bem.

NOTA: Verbos Coplulativos - Ser, estar, aparecer, continuar, ficar, parecer, permanecer, etc

- Predicativo do Sujeito - É a função sintáctica desempenhada pela palavra ou expressão que se junta aos verbos copulativos (ou de significação indefinida).

Ex: O Paulo parece triste.

- Complemento Directo- É a palavra ou palavras que designam o objecto sobre o qual recai directamente a acção significada pelo verbo. Responde à pergunta "o quê"?

Construí uma casa.
Os Portugueses difundiram a sua língua por toda a parte.
Amo a honestidade.

- Predicativo do complemento directo- Alguns verbos pedem , além do complemento directo, uma palavra ou expressão equivalente que, completando a sua significação, qualifica aquele complemento, ou seja, caracteriza o complemento directo.

Exemplos:

Encontrei-o pensativo.
Considerava-o como um filho.

- Pedem predicativo do complemento directo os verbos transitivos (quando estiverem na voz activa): Achar, chamar, considerar, nomear, declarar, denominar, tornar, …

- Complemento Indirecto- É a palavra ou expressão que designa a pessoa ou coisa sobre a qual indirectamente recai a acção expressa pelo verbo.

Exemplos:
A quem?
Emprestei-lhe um livro.
Dou aula aos alunos.

- Complemento Circunstancial- designa uma circunstância ocasional da acção do verbo.

  • de modo : Lê com atenção.
  • de lugar: Nasceu em Lisboa. Vou para Paris.
  • de fim: Trabalha para viver.
  • de tempo: Chegou a casa ontem.
  • de companhia: Vive com a família.
  • de meio: Viaja de comboio.
  • de causa: Caiu de fraqueza.

- ATRIBUTO- É o adjectivo que se junta imediatamente ao nome para o qualificar.

Exemplos:

  • Lemos um livro magnífico.
  • Homem alto.
  • A rapariga triste olhava o mar.

- APOSTO- É o nome (ou expressão equivalente) que se junta a outro nome para lhe acrescentar alguma informação.

Exemplo:
O Luís, irmão da Ana, faltou à aula.

- AGENTE DA PASSIVA- É o complemento que indica o responsável pela prática da acção na forma passiva das frases. O nome que designa o agente vem, geralmente, regido da preposição por.
Exemplos:

  • O bolo foi feito pela Mónica.
  • O automóvel é conduzido pelo pai.

- COMPLEMENTO DETERMINATIVO- É o complemento introduzido pela preposição de, que acrescenta alguma indicação ao nome que o precede.

Exemplo: O livro de Ciências tem imagens lindas.

- VOCATIVO- É o complemento que designa o nome da pessoa, animal ou coisa personificada, a quem nos dirigimos.

Exemplos:

  • Ó Catarina, chega aqui
  • - Tens razão, Mariana.
  • - Artur! - chamou o pai.

Figuras de estilo em "Os Lusíadas"

Aliteração - Repetição de um ou mais fonemas consonânticos para intensificar e aumentar a expressividade:

Ex.: "Sois senhor superno" (I, 10).

Anáfora - Repetição (de que resulta sobressair o que se repete) de uma palavra ou de um membro de frase:

Ex.: "Vistes que, com grandíssima ousadia

Vistes aquela insana fantasia

Vistes, e ainda vemos cada dia," (VI, 29).


Anástrofe - Inversão da ordem das palavras correlatas, antepondo-se o determinante (proposição + substantivo) ao determinado ou ao complemento do verbo.

Ex.: "Qual vermelhas as armas faz de brancas;" (VI, 64).


Antítese - Confronto de dois elementos ou ideias antagónicas, no intuito de reforçar a mensagem:

Ex.: "Tanto de meu estado me acho incerto,

Que em vivo ardor tremendo estou frio."

Apóstrofe - Apelo do autor, através de interrupções, invocando pessoas ausentes, coisas ou ideias sob forma exclamativa:

Ex.: "E tu, nobre Lisboa, que no mundo..." (III, 57).


Comparação - Aproximação entre dois termos ou expressões através de uma partícula comparativa (como), levando à compreensão mais profunda do primeiro termo:

Ex.: "Qual aos gritos…// Tal do rei…" (III, 47-48).


Epifonema - Exclamação sentenciosa a concluir uma narrativa ou um discurso:

Ex.: "Mísera sorte! Estranha condição!" (IV, 104).


Eufemismo - Expressão que atenua ou modifica o sentido violento, mau ou desonesto da narrativa:

Ex.: "Tirar Inês ao mundo determina," (III, 23).


Gradação - Ordenação das ideias em escala crescente ou decrescente:

Ex.: "Horrendo, fero, ingente e temeroso" (IV, 28) - Crescente.

"Com mortes, gritos, sangue e cutiladas" (IV, 42) - Decrescente.

Hipérbato - Inversão violenta da posição dos membros de uma frase:

Ex.: "...os duros/Casos que Adamastor contou, futuros" (V, 60).

Hipérbole - Exagero de qualquer realidade para a tornar mais saliente, exagero este que serve para ferir o pensamento quando tomada à letra:

Ex.: "Que a vivos medo, e a mortos faz espanto,".


Ironia - Exprime o contrário do que as palavras ou frases significam, para que se compreenda ou a estupidez ou a fraqueza que se pretende castigar após se verificar a discordância:

Ex.: "Oulá, Veloso amigo, aquele outeiro (...)

Por me lembrar que estáveis cá sem mim;" (V, 35).


Metáfora - Consiste em designar um objecto ou ideia por uma palavra que convém a outro objecto ou outra ideia - ligados aqueles por uma analogia. A metáfora é num único, os dois termos da comparação sem a partícula comparativa (como):

"Tomai as rédeas vós do reino vosso:" (I, 15).

Onomatopeia - Representação auditiva ou visual pelos sons das palavras, além do respectivo sentido: tentativa de imitação dos ruídos naturais através dos fonemas da linguagem:

Ex.: "Polas concavidades retumbando." (III, 107).

Perífrase - Expressão por diversas palavras daquilo que se poderia dizer mais concisamente ou apenas por uma palavra:

Ex.: "Pelo neto gentil do velho Atlante." (=Mercúrio) (I, 20).

Personificação - Atribuição de qualidades, atributos e impulsos humanos a seres inanimados e a animais irracionais.

Ex.: "Os altos promontórios o choraram," (III, 84).


Sinédoque - Consiste em tomar o todo pela parte e a parte pelo todo, o plural pelo singular ou o singular pelo plural:

Ex.: "Que da Ocidental praia Lusitana" (=Portugal) (I,1).

Blogues ou páginas com informações que vos podem ser úteis


1. Texto Poético
1.1. Como se analisa um poema?
1.2. A subjectividade do texto lírico
1.3. Noções de versificação

2. Texto Dramático - Auto da Barca do Inferno
2.1. Resumo.
2.2. Resumo com as personagens e respectivos argumentos.

3. Narrativa Épica - Os Lusíadas
3.1. Resumo das características da epopeia e dos cantos

3.2. Consílio dos Deuses
Questionário on-line sobre o Consílio dos Deuses
Resumo do Consílio

3.3. Episódio de Inês de Castro
Resumo (em português do Brasil)
Síntese / Tópicos

3.4. Episódio da Batalha de Aljubarrota
Síntese / Tópicos

3.5. Episódio do Adamastor
Esquematização e momentos fundamentais

3.6. Episódio da Tempestade
Resumo

5. Texto Narrativo
Categorias da narrativa

Exames anteriores e matriz

Link para verem os exames realizados em anos anteriores.

Aqui, no site do Gave.

Matriz do exame:

http://www.gave.min-edu.pt/np3content/?newsId=340&fileName=IE_Lingua_portuguesa_22_11.pdf